segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Ética e Alteridade

Como prometido segue o comentário sobre o 1º texto discutido em sala: ética e alteridade, de Lévinas. Espero que possamos contribuir para esclarecimentos.



O texto tem como objetivo principal abordar a educação desde a perspectiva ética da alteridade em Emmanuel Levinas. Inicialmente mostra que a filosofia moderna, ao instituir o “Eu” como a unidade integradora do sentido e da representação, afirma o princípio da subjetividade como base da edificação do sujeito soberano. Descartes e Kant são apresentados como os pensadores que definem o princípio da subjetividade como fundamento da verdade filosófica. Com as críticas dirigidas à subjetividade por alguns filósofos “mestres da suspeita” como Nietzsche, Freud, Heidegger, Foucault, entram em crise os fundamentos da filosofia moderna. No contexto dessa crise, o pensamento de Levinas desponta como alternativa para pensar a racionalidade desde a perspectiva ética das relações. Com esse propósito, reconstrói a subjetividade não mais a partir da centralidade do Eu, mas a partir da alteridade do Outro, invertendo os termos da relação. No contexto da educação, este trabalho mantém a atenção ao processo de reconstrução da subjetividade operado por Levinas, destacando a transmutação por que passa a sensibilidade na sua definição enquanto gozo ferido e vulnerabilidade. Ele reconstrói a subjetividade como acolhimento e responsabilidade pelo Outro. Em outro momento discute a idéia do infinito como chave de leitura para a compreensão da relação ética com a alteridade, e apresenta a ética como filosofia primeira, descrita nos termos da relação face a face com o Outro. Aqui, a educação é pensada desde a sua relação de proximidade com a alteridade, e descrita como acontecimento ético, hospitalidade, diálogo, responsabilidade e redescrição ética. Destaca-se, por fim, que a aproximação do pensamento de Levinas com a educação, inicia um novo modo de pensar a relação com o Outro na experiência educativa para além da assimilação e primazia do Mesmo.



Aline Nepomuceno, Maria da Soledade e Renildes Assis.

Um comentário: